Saúde dasMamas
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de mama é o segundo tipo mais frequente no mundo, e é o mais comum entre as mulheres.
A estimativa de novos casos em 2021 é de 66.280, 30% de todos cânceres em mulheres, sendo o número de mortes próximo de 18.295.
O câncer de mama tem um bom prognóstico quando diagnosticado e tratado precocemente, porém no Brasil as taxas de mortalidade ainda são muito elevadas, pois a doença ainda é diagnosticada em estágios avançados.
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Fatores de Risco
O câncer de mama é causado por alterações genéticas que podem ser estimuladas por fatores ambientais como: tabagismo, exposição prolongada aos hormônios femininos como uso de terapia de reposição hormonal, idade avançada e excesso de peso. Existem também fatores genéticos como ser portadora dos genes BRCA1 e BRCA2.
Mas importante… há casos de mulheres que desenvolvem a doença sem apresentar fatores de risco identificáveis.
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Sintomas
O sintoma mais comum é o aparecimento de nódulo. Nódulos geralmente são indolores, regulares ou irregulares, endurecidos. Outros sintomas, porém, devem ser considerados, como a deformidade e/ou aumento da mama, a retração da pele ou do mamilo, os gânglios axilares aumentados, vermelhidão, edema, dor e a presença de secreção nos mamilos.
Nos homens os sintomas são semelhantes aos das mulheres. Sempre ficar atento se aparecimento de nódulo na mama.
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Diagnóstico
A mamografia é o exame mais indicado para detectar precocemente a presença de alterações nas mamas. O exame clínico é de fundamental importância e outros exames de imagem como Ecografia mamária e ressonância magnética podem complementar o diagnóstico.
A realização da biópsia de mama confirma o diagnóstico quando suspeito.
Recomendações das Entidades Médicas para o Rastreamento do Câncer de Mama
- Mulheres abaixo de 40 anos: com exceção das mulheres com alto risco, não se recomenda mamografia, ultrassonografia ou ressonância magnética
- Mulheres entre 40 e 69 anos: Recomenda-se a realização anual da mamografia para todas as mulheres. A ultrassonografia e a ressonância magnética são solicitadas de forma complementar quando indicado
- Mulheres acima de 70 anos: recomenda-se a mamografia.
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Tipos de Câncer de Mama
- Carcinoma ductal in situ - câncer de mama em fase inicial, limitado pela membrana basal do ducto. O tratamento é cirúrgico associado a radioterapia se realizada a quadrantectomia.
- Carcinoma ductal invasivo (80-90% dos casos) - é o tipo mais comum de câncer de mama. Apresenta capacidade de desenvolver metástase;
- Carcinoma lobular invasivo - é o segundo tipo mais comum de câncer de mama e está relacionado ao risco de desenvolvimento de câncer de mama na outra mama. Apresenta a possibilidade de desenvolver metástase mais tardiamente e em locais não usuais como peritônio, meninges, órgãos pélvicos e trato gastrointestinal;
- Carcinomas especiais (10-20%) - subtipos tumorais mais raros;
- Carcinoma medular (5%) - pacientes mais jovens, geralmente associado a mutação de BRCA 1;
- Carcinoma tubular (2%) - acomete paciente de aproximadamente 40-50 anos, geralmente multifocais;
- Carcinoma mucinoso ou coloide (1-3%) - pacientes idosas, bom prognóstico;
- Carcinoma papilifero - caracterizado por derrame papilar em pacientes idosas.
Imunohistoquímica
É a análise das características biológicas do tumor através da avaliação de proteínas na membrana da célula, fornecendo informações sobre o grau de agressividade do tumor.
Atualmente, é o exame responsável pela definição do tratamento medicamentoso, quimioterapia e/ou bloqueio hormonal.
As principais moléculas avaliadas são os receptores de estrogênio e progesterona, her 2 e ki67.
A grande maioria dos tumores, em torno de 70% dos carcinomas invasivos de mama e 80% dos carcinomas ductais in situ apresentam receptores hormonais positivos.
Tumores que apresentam receptores hormonais positivos tendem a ter uma forma menos agressiva do que os casos sem presença dos mesmos.
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Tratamento
O tratamento do câncer de mama é individualizado, ou seja, para cada paciente e estágio do tumor é adotada uma conduta clínica. Os tipos de tratamento são: cirúrgico, quimioterápico (uso de medicamentos para matar as células malignas), radioterápico e hormonal (medicação que bloqueia a ação dos hormônios femininos), que podem ser usados isoladamente ou associados.
Tipos de Cirurgia
- Mastectomia radical - consiste na retirada total da mama junto com os linfonodos da axila.
- Mastectomia simples - consiste na retirada total da mama, sem abordagem axilar.
- Cirurgia conservadora - setorectomia e biopsia de linfonodo sentinela: consiste na retirada do tumor com margem livre de tumor e estudo do linfonodo sentinela. A cirurgia conservadora sempre é seguida de radioterapia.
Quando a opção é mastectomia temos diversas técnicas para a reconstrução mamária, e mais uma vez, a escolha da técnica reparadora é individualizada. Pode ser com reconstrução com expansor de tecidos, prótese, retalhos do músculo grande dorsal (costas) ou reto abdominal (abdômen).
Radioterapia
A radioterapia consiste em um tratamento complementar da mama, empregando feixe de radiações ionizantes e diminuindo a chance de a doença voltar localmente.
Quimioterapia
A quimioterapia é a forma de tratamento dos tumores por meio de medicamentos, é um tratamento sistêmico. Esse tipo de tratamento pode ser feito via oral (comprimidos) ou através de medicações endovenosas (acesso venoso).
Os medicamentos utilizados e a duração do tratamento variam de acordo com a doença e a reação do paciente à quimioterapia.
Alguns efeitos colaterais comuns: náuseas, vômitos, diarreia, queda de cabelo, dor nas articulações.
Hormonioterapia
É um tratamento sistêmico e via oral. Impede ou retarda o crescimento das células neoplásicas.
É utilizado em pacientes cujas células tumorais são sensíveis à ação dos hormônios (receptores hormonais positivos).
A utilização dessa medicação se faz por períodos prolongados (cinco anos ou 10 anos), com poucos efeitos colaterais.
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